Cartão SUS, um fracasso tucano-petista

José Serra e Dilma Rousseff compartilham o fracasso da implantação do Cartão SUS, um projeto anunciado em 1997, que já comeu R$ 400 milhões da Viúva e até agora deu em nada. Fez água até mesmo em municípios onde seria realizada uma experiência piloto.
 

José Serra e Dilma Rousseff compartilham o fracasso da implantação do Cartão SUS, um projeto anunciado em 1997, que já comeu R$ 400 milhões da Viúva e até agora deu em nada. Fez água até mesmo em municípios onde seria realizada uma experiência piloto.

Nada melhor que uma campanha eleitoral para que digam como pretendem consertar o desastre. A ideia era boa: cada cidadão ganharia um plástico em cuja fita magnética estaria gravado seu histórico médico. Mataria a pau certas fraudes, facilitaria a cobrança do ressarcimento nos casos de clientes da rede de convênios privados e seguradoras. Desbastaria a floresta burocrática da saúde pública.

No final de 1997, quando o governo anunciou a novidade, o uso da internet na rede bancária ainda engatinhava.

Passaram-se 12 anos e 31% das transações dos brasileiros são feitas em computadores pessoais. A rede tornou-se a principal plataforma de acesso ao sistema financeiro, com 8,4 bilhões de transações por ano, 23 milhões por dia. (O SUS faz 1,3 bilhão de transações anuais.)

Para a banca, funcionaram o interesse e a vitalidade da iniciativa privada. No Ministério da Saúde, prevaleceram o desinteresse, a cobiça dos intermediários de fornecedores e o horror que a burocracia da saúde (pública e privada) tem da transparência.

Dilma e Serra já fizeram duas palestras sobre saúde, esbanjaram platitudes e não tocaram no assunto. Assim como no caso do fracasso do ressarcimento do SUS pelas operadoras privadas, exercitaram o que a professora Lígia Bahia chama de “elipse discursiva”. Se os candidatos não sabem o que fazer, podem pedir à Febraban que envie uma força-tarefa ao Ministério da Saúde para coordenar o projeto.

Não se trata de explicar o que deu errado, nem de jogar a responsabilidade sobre a administração alheia. Bastam alguma honestidade no reconhecimento do fracasso e um compromisso com metas de custos e de prazos.

Quando Serra era ministro da Saúde, o PT acumulou denúncias contra as licitações do Cartão SUS e chegou pedir a criação de uma CPI. Os companheiros estão há sete anos no governo e não fizeram nada, nem CPI. O ministro José Gomes “ordenou em 2008 a reformulação” do projeto.

Até hoje, nada. Novas licitações, novos estudos e novas brigas resultaram no seguinte: milhares de terminais continuam empacotados, com sistemas operacionais e aparelhos caducos. Tanto no mandarinato tucano como no petista, o Cartão SUS só funcionou para empulhações publicitárias.

Se blá-blá-blá tucano resolvesse, em 1998 o sistema estaria implantado. Pela parolagem petista, desde 2001 haveria pelo menos 44 cidades servidas pelo cartão, beneficiando 13 milhões de pessoas.

O fracasso é explicado por diversos fatores: megalomania, guerras burocráticas, inépcia, ignorância, mais as velhas e boas redes de compadrio. Sempre que o governo precisa da internet para tomar dinheiro da choldra, sua capacidade é escandinava. Quando se trata de recorrer à informática para melhorar o serviço público, empilhamse desastres, espertezas e propaganda enganosa.

Se Dilma e Serra fizerem só aquilo que seus governos prometeram e não entregaram, Fernando Henrique Cardoso e Lula lhes agradecerão. ELIO GASPARI – FOLHA DE S. PAULO

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