Da redação do “O Povo Online”
A punição a um líder sindical pela Secretaria da Justiça do Estado (Sejus) gerou mal-estar ontem na bancada petista na Assembléia Legislativa.
Um dos motivos foi o fato de o caso ter começado em 2006, quando era titular da pasta Evânio Guedes, no então governo tucano de Lúcio Alcântara (hoje PR), a quem o PT fazia oposição.
O pivô do episódio, o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp), Augusto Coutinho, foi acusado de ter, juntamente com outros companheiros, invadido o gabinete de Guedes.
Agora, na gestão de Marcos Cals, uma sindicância concluiu pela suspensão de Coutinho.
Em nota de repúdio – assinada pelo Forum Unificado das Associações e Sindicatos de Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec) -sindicalistas atribuiram a atitude de Cals aos “anos de chumbo“ da “ditadura militar“.
Deputado licenciado do PSDB, Cals contou ontem com a solidariedade tucana na Casa. Após ler o texto, o deputado Fernando Hugo (PSDB) puxou a discussão, classificando a ação dos manifestantes na época de “bandítica“.
Isso foi o suficiente para o PT – ou pelo menos parte dele -, fazer o contra-ponto.
O deputado Artur Bruno (PT) defendeu os sindicalistas mas, para evitar críticas diretas ao governo Cid Gomes (PSB), lembrou que o episódio ocorreu no último ano do governo Lúcio. “Cada um age conforme a sua consciência. O PT tem a tradição de defender os sindicalistas“, provocou.
Detalhe: o petista ficou falando sozinho, apesar de pelo menos outros dois deputados do partido estarem em plenário. Apenas depois de ele ter estimulado sindicalistas a cobrar dos companheiros de partido é que alguns correligionários se mexeram.
Timidamente, os petistas Rachel Marques e Dedé Teixeira reagiram. Teixeira limitou-se a dizer que Hugo estava “confundindo a opinião pública“.
Percebendo a saia justa na bancada do PT, o deputado Osmar Baquit (PSDB) disse que as críticas feitas ali não eram ao PSDB, mas ao Governo do Estado.
O líder do Governo na Casa, Nelson Martins (PT), afirmou que não estava “acompanhando“ o caso, Nelson foi um dos que participaram das discussões com Evânio Guedes na época da manifestação.
Procurado pelo O POVO, entre as 16h30min e 20h30min de ontem, o secretário Marcos Cals não atendeu às chamadas feitas para dois números de celular. Também não houve atendimento nos números fixos na sede da Sejus.
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