Direção do HGF pede suspensão de cirurgias eletivas

Confira a matéria da jornalista Viviane Sobral, do jornal O POVO, na edição desta quinta-feira (07/05), sobre a solicitação da direção do HGF de suspender cirurgias eletivas, com foto do blog O POVO:

 

Direção do HGF pede suspensão de cirurgias eletivas: Sesa recusa

Chegou ao gabinete da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), ontem, um pedido da direção do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) para suspender as cirurgias eletivas por tempo indeterminado “até que seja normalizado o abastecimento de insumos” na unidade. A pasta não aceitou e afirma que os procedimentos estão mantidos.

No ofício, a direção do HGF justificou a solicitação considerando o desabastecimento de insumos básicos no hospital, a superlotação da emergência geral, emergência obstétrica e UTI neonatal, e “que é fundamental o contingenciamento de insumos disponíveis para assistência aos pacientes dessas e demais unidades do hospital”.

A Sesa comunicou, por meio de sua assessoria, que “os itens que provocaram os problemas estão sendo prontamente resolvidos”, sem detalhar quais seriam os materiais. O POVO tentou contato com os diretores do HGF, mas as ligações não foram atendidas.

De acordo com o Sindicato dos Médicos do Ceará, 60 pacientes estão sendo atendidos nos corredores do HGF, conforme balanço do “corredômetro” divulgado ontem. Na avaliação do secretário geral do sindicato, Paulo Everton, a atitude da direção do hospital foi de “zelo”. “Se faltam luvas, antibiótico, fio cirúrgico, entre outros, a gente lamenta por terem que pedir suspensão, mas é uma questão emergencial”.

Cirurgias cardíacas

Outra situação de gravidade na saúde está na falta do medicamento protamina, utilizado em todas as cirurgias cardíacas, o que afeta há mais de dois meses as redes pública e privada em todo o País. A dificuldade, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Marcelo Matos Cascudo, está na produção do medicamento, promovida por um único laboratório, a Valeant.

“Eles informaram que houve um problema na importação do sal da composição”, explicou. A situação ainda não foi regularizada e também não foi dado prazo para resolução. “Nós enviamos ofício ao Ministério da Saúde e à Anvisa para que tomem as providencias necessárias”, acrescentou o presidente.

No Hospital de Messejana, que realiza, em média, 100 a 120 cirurgias cardíacas em adultos e crianças por mês, o estoque vinha apresentando dificuldade nos últimos três meses. “Dia após dia a gente ia contornando, recebendo emprestado de outros hospitais”, relembrou Roberto Lobo, chefe da cirurgia do HM.

O momento mais delicado vinha desde o último sábado, quando apenas cirurgias de emergência foram realizadas devido ao número reduzido disponível de ampolas. Ontem, o HM recebeu estoque, que deve servir pelo menos para o próximo mês. O cardiologista José Carlos Pompeu destaca que a situação impactou e gerou transtorno na emergência do hospital. “É um efeito cascata”.

O POVO tentou contato com a Valeant, mas não obteve retorno até o fechamento desta página. Segundo a Sesa, o fornecimento da protamina está normalizado.

Saiba mais

Toda cirurgia cardíaca utiliza heparina como anticoagulante. Para neutralizar esse efeito, é necessário uso da protamina; caso isso não aconteça, o paciente fica sangrando.

Uma ampola custa, aproximadamente, R$ 2. A quantidade de ampolas para cada procedimento varia de acordo com o peso do paciente. Em um adulto, são pelo menos quatro.

Não há outra substância para substituir a protamina. Outro problema que no Estado é a falta de dobutamina, utilizada em pacientes com patologias cardíacas, incluindo transplantes.

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