Com uma manobra política, governo consegue adiar a votação de reajuste para aposentados. Com o adiamento não há previsão de data para a votação do projeto.
Em manobra combinada da base aliada, João Carlos Bacelar (PR), relator da Medida Provisória (MP) 466, que trata de pequenas centrais hidrelétricas, pediu mais tempo para analisar a proposta. Com esse pedido a votação da MP não pôde ser concretizada, o que fez com que a pauta da Casa fosse trancada, impedindo assim a votação do reajuste dos aposentados.
Para piorar ainda mais a situação dos aposentados, na próxima semana deverá entrar em discussão quatro projetos sobre o pré-sal, que provavelmente consumirá a pauta da Casa por um mês.
Aos gritos de “vota, vota”, os aposentados cobraram do presidente da Câmara a análise da matéria. Temer esvaiu-se atribuindo a culpa aos líderes partidários. “Propus que dialogassem, assim é que se faz a democracia. Mas agora, [vocês] devem procurar as lideranças no sentido de obter a votação desse projeto. Peço que tenham respeito por essa sessão”, cobrou Temer.
Motivo da manobra
Segundo o governo, a aprovação desse projeto de lei provocaria um impacto às contas públicas na ordem de R$ 6 bilhões somente em 2009, considerados insustentáveis pelo mesmo. A preocupação da base governista em relação à votação era grande, pois todos sabiam que se a pauta entrasse em votação dificilmente seria rejeitada, uma vez que deputado nenhum gostaria de arranhar sua imagem política a um ano das eleições. Isso poderia acarretar em outro problema, considerado pela base ainda pior. O projeto de lei poderia sofrer um veto presidencial, prejudicando a campanha eleitoral de Lula e Dilma.
*Com informações do Portal de Notícias G1