Transtorno em reforma do prédio do INSS (O Estado)

Cidade
 
Segunda, 08 de Novembro de 2010
 
Por Sara Oliveira
 

Cidade

Segunda, 08 de Novembro de 2010

Por Sara Oliveira

Mais uma imagem conturbada no Centro de Fortaleza. A reforma do prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na rua Pedro Pereira tem provocado desde o início da obra, em janeiro deste ano, indignação de motoristas, pedestres, comerciantes e funcionários do Órgão. Do lado de fora do imóvel, a via reduzida para apenas uma mão, a calçada com um metro de largura, junto às condições precárias do asfalto que o circunda, dificulta a vida de quem passa pelo local. No interior do prédio, servidores denunciam um lugar insalubre para trabalhar.

O cenário no quarteirão do prédio é composto por pessoas passando apressadas, lixo nas esquinas, buracos na faixa de pedestre, camelôs ocupando as calçadas e, ao fundo, porém, com uma sonoridade significativa, o barulho de máquinas. “Sujeira e muito barulho da obra e dos carros buzinando aqui em frente. Sem contar que o espaço da calçada disponibilizado não é aberto o tempo todo”, contou o gerente de uma das lojas em frente ao local, Clayton Pontes.

De acordo com o gerente, pedaços de concreto do prédio já caíram em cima de carros e até pessoas. “Hoje, não sei como podemos conversar aqui dentro da loja, porque o barulho nunca deixa. Respiramos fuligem todo dia, o tempo todo. A obra poderia ser feita pelo menos durante a noite”, analisou. Clayton ressaltou ainda que a queda nas vendas foi de aproximadamente 30%, desde junho.

PEDESTRES “ESPREMIDOS” E MOTORISTAS PREJUDICADOS

No corredor, entre os tapumes da obra e a entrada do prédio, o fluxo intenso de uma das principais ruas do Centro faz com que as pessoas esbarrem umas nas outras. Na esquina que delimita essa extensão, camelôs dificultam ainda mais o trânsito de pedestres. “O espaço é muito apertado, as pessoas ficam cercadas e espremidas”, avaliou a estudante Dayse Nogueira.
O taxista Claudemir Arruda, que, por pelo menos cinco vezes, passa pela rua Pedro Pereira, diz que o engarrafamento é diário. “Para eu conseguir chegar até um cliente, demoro quase o dobro de tempo se vier por aqui”, denunciou. As buzinas rotineiras, confundem-se entre as propagandas das lojas e os “gritos de venda” dos camelôs.

TRABALHO INSALUBRE

O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece) denunciou as péssimas condições de trabalho oferecidas aos servidores desde o início da obra. Um laudo executado por técnicos comprovou, em maio, que os funcionários estão expostos a poeira. “Explicitamente, ficou registrado no documento que o local oferece risco iminente aos servidores, podendo provocar doenças respiratórias ou de pele. Já propusemos algumas soluções, como redução de carga horária, porém, nada foi feito”, explicou uma das diretoras do Sinprece, Marilene Torres.
De acordo com informações do sindicato, desde janeiro, cerca de 560 atestados médicos foram apresentados pelos funcionários do orgão. “As pessoas são obrigadas a trabalhar em meio à poeira, sem máscara ou qualquer outra proteção. Servidores estão correndo perigo, sem nenhuma posição para que isso acabe”, constatou Marilene.

REFORMA RESPALDADA

Em nota, a gerência executiva do INSS, explicou que há dificuldades para encontrar edifícios disponíveis para aluguel, tendo em vista que a maioria não tem toda a documentação necessária. Segundo o documento, está prevista para hoje a transferência do gabinete de Gerência para um prédio na avenida Bezerra de Menezes. Outro prédio, na rua Meton de Alencar, estaria em reforma para receber os setores de Logística e Finanças do Órgão, até dezembro.
“Os desconfortos (poeira, barulho) são inerentes à todas as obras de construção e melhoria, o que inviabiliza quaisquer reclamações, aliás o INSS não recebeu nenhuma reclamação oficial dos lojistas e da vizinhança”, contextualiza a nota.

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