Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Fortaleza, APS Messejana, decidiram nesta sexta-feira (30) reagir contra o descaso da administração do órgão para com os servidores tendo em vista a imposição de metas inexequíveis, estas estabelecidas unilateralmente e sem critérios claros de como se deu a valoração dos processos de beneficio.
O grupo é contrário à medida que estabelece a obrigatoriedade , a partir de 01/09/2019, do atingimento de uma meta exaustiva de 90 pontos/mês em que somente são considerados os processos concluídos, não os trabalhados, estes com pontuação irreal diante da complexidade das atividades desempenhadas. Somente após o atingimento da referida meta é que, então, poderão trabalhar os processos sem análise a mais de 45 dias e que fazem parte do programa BMOB, os quais devem ser analisados fora do horário de expediente regular, conforme bem explica o vídeo divulgado nas mídias sociais.
Vale observar que analisar processo de benefício não é só a recepção e arquivamento de pedidos, é ser criterioso e cauteloso, é ter o devido respeito com os procedimentos estipulados em lei e com o cidadão, com o reconhecimento do direito por ele conquistado. Os servidores ressaltam que não são adversos ao programa de bonificação, contudo esclarecem que não há condições de atingirem a escala de 90 pontos na jornada regular visto que trabalham com computadores antigos e muitas vezes danificados, além de operarem em sistemas instáveis em uma frequência quase que diária, situações que não decorrem de culpa do servidor e que atrasam a conclusão dos processos.
O movimento iniciado no dia de hoje foi abraçado pela categoria em todo o país, recebendo apoio e adesão em quase todos os estados, fato que bem demonstra a insatisfação dos servidores com a atual gestão na forma de conduzir o caos dentro das agências decorrente das inúmeras aposentadorias ocorridas no último ano e da modificação dos processos de trabalhos, situação muitas vezes alertada não só pelas entidades representativas dos servidores, mas também por órgãos de controle, como o TCU e MPF.
Não podemos permitir que o programa de bonificação seja usado como meio de coação, de intimidação dos servidores para sanar problemas gerados pela própria gestão do INSS que não sabe valorizar o seu bem mais precioso, o seu material humano!