Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, advertiu ontem que o governo terá que fazer um novo corte de despesas no Orçamento deste ano, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso para os aposentados do INSS que recebem acima de um salário mínimo.
Ele disse que o governo não tem como arcar com um aumento dos benefícios desta magnitude e que a redução nos gastos do governo será necessária para manter o equilíbrio das contas públicas. Esse poderá ser o terceiro corte nas despesas do Orçamento deste ano. No início do ano, o governo cortou R$ 21,8 bilhões e, agora em maio, mais R$ 10 bilhões.
Embora a equipe econômica tenha recomendado o veto ao presidente, Lula ainda está analisando o impacto político desta decisão em ano eleitoral. Em caso do reajuste ser rejeitado pelo presidente, o governo poderá editar uma medida provisória estabelecendo um abono salarial de 6,14% para os aposentados. Este é o porcentual que tinha sido proposto pelo governo e que vem sendo pago deste janeiro. Mas ao tramitar no Congresso, o reajuste foi alterado para 7,7%. Guido Mantega afirmou que é necessário ser cauteloso com o aumento dos gastos para que o Brasil não perca a situação privilegiada de ter contas públicas sólidas.