Cada mês que passa sem uma definição para a aposentadoria do filho Joatan Barroso, de 28 anos, Lucivânia Barroso (52) se sente desamparada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Na sexta-feira (26 de abril), ela se encontrava sentada nos bancos da sede do INSS, no Centro de Fortaleza, esperando o filho acordar no banco ao lado.
É sempre muito difícil chegar aqui com o meu filho. Ele tem uma série de problemas: bipolaridade, depressão severa, distúrbios mentais, entre outros. Eu sempre tenho que vir renovar os exames dele para que ele possa receber o benefício. Agora, só posso ir para casa quando ele acordar”.
LUCIVÂNIA BARROSO
Dona de casa
Acontece que o agendamento da perícia médica, para receber o Auxílio-Doença do INSS, de Joatan estava marcada para aquela semana, mas, ao chegar no local, a mãe descobriu que o atendimento havia sido remarcado para 30 de junho.
A remarcação da perícia do filho de Lucivânia acontece por conta do início da greve dos peritos, que naquela sexta-feira chegou a 31 dias. Com isso, cerca de 320 mil agendamentos foram postergados até então, segundo dados da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP).
Além disso, desde 2016, Lucivânia busca a aposentadoria para o filho. Enquanto não recebe retorno da solicitação, a saída é renovar o Auxílio-Doença e realizar perícia médica a cada 2 meses, sob pena de ter o benefício cortado.
“Vejo a hora deixá-lo sozinho, desamparado e sem dinheiro, se eu me for. Ainda não consegui aposentar ele, dizem que está em uma fila, mas não termina nunca. A peleja é grande para renovar o que temos, sempre corta e ficamos sem receber”, conta.
Joatan é mais um na enorme fila de 942.925 mil pessoas, no Nordeste, que aguardam pelo reconhecimento de algum direito do INSS, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece). Não foram divulgados números por estado
Fonte: Diário do Nordeste