Há poucos dias, o país foi surpreendido por uma denúncia grave que aponta uma fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), envolvendo associações e descontos indevidos nos benefícios de segurados. A notícia foi veiculada em noticiários nacionais e internacionais, gerando indignação e exigindo respostas firmes e transparentes do Governo Federal.
Contudo, o que se viu foi uma manobra covarde e desleal do governo que lançou dúvidas sobre trabalhadores sérios, comprometidos e com histórico ilibado no serviço público. Reforça na sociedade a percepção equivocada de culpa, ainda que não haja qualquer julgamento ou conclusão investigativa.
Vale destacar que os próprios servidores do INSS, por meio de reuniões nas mesas de negociação e através de suas entidades representativas, já haviam alertado a autarquia sobre o aumento expressivo de reclamações de segurados em relação a descontos indevidos. Os alertas foram ignorados. Em vez de investigar os indícios apontados, a direção preferiu o silêncio. E agora, com a crise instaurada, o governo tenta mascarar sua omissão expondo justamente quem tentou proteger os aposentados e pensionistas.
Ressalte-se que as associações mencionadas na denúncia possuem identidade jurídica regular e estão formalmente constituídas. No entanto, o que se verificou foi a realização de descontos sem autorização expressa dos segurados, o que configura uma grave ilegalidade e compromete a transparência que devem nortear a gestão pública. Enquanto isso, os verdadeiros articuladores do esquema, aqueles protegidos por vínculos políticos e estruturas de poder, seguem intocáveis, ocultos nas engrenagens do próprio Estado.
O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sinprece) repudia veementemente essa prática perversa na tentativa de construir uma narrativa para enganar a sociedade.
Não aceitaremos que a honra dos servidores do INSS seja sacrificada para preservar os interesses do governo, que tem o dever de investigar com rigor, apontar os verdadeiros responsáveis e proteger a dignidade de quem serve à população com seriedade.