Diretor executivo da Geap é acusado de irregularidades na gestão

Mesmo sendo investigado por supostas irregularidades na gestão da gerência regional de Pernambuco da Fundação de Seguridade Social (Geap), entre 2008 e 2009, Luís Carlos Saraiva Neves voltou a ocupar um importante cargo na entidade. No último dia 18, ele assumiu o posto de diretor executivo da Geap Autogestão em Saúde, instituição criada após a cisão da fundação e que é responsável pela operação do superplano de saúde dos servidores públicos.

Mesmo sendo investigado por supostas irregularidades na gestão da gerência regional de Pernambuco da Fundação de Seguridade Social (Geap), entre 2008 e 2009, Luís Carlos Saraiva Neves voltou a ocupar um importante cargo na entidade. No último dia 18, ele assumiu o posto de diretor executivo da Geap Autogestão em Saúde, instituição criada após a cisão da fundação e que é responsável pela operação do superplano de saúde dos servidores públicos.

Entre esses dois momentos, o médico ainda foi o assessor institucional da Intervenção feita pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) na Geap, entre março último e o começo deste mês.

Em junho de 2013, o Correio teve acesso ao relatório AUDIT n° 003/2009, que aponta problemas na administração pernambucana do plano de saúde, quando Neves — que é ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT) — chefiava a unidade no Nordeste (veja fac-símile). Entre os problemas encontrados pelo corpo técnico da Geap na gestão dele, estão a elevação injustificada de gastos com órteses, próteses e materiais especiais (OPME) e inconsistências nos pagamentos feitos a cinco médicos credenciados no único hospital que fazia os atendimentos do Programa Viva Melhor.

A lista de problemas inclui guias de um mesmo paciente com assinaturas diferentes; prontuários em que as datas de atendimento, a classificação internacional de doença (CID) e o tempo de tratamento não coincidem; e pagamentos em duplicidade. Também foram encontradas assinaturas que não conferem com o cadastro de clientes; consultas que teriam ocorrido aos sábados e que tiveram as datas desmentidas pelos usuários; e profissionais não registrados no plano, mas que, mesmo assim, receberam no período anterior à auditoria.

Entre as irregularidades relacionadas a OPME, estão a falta ou a desatualização de cadastro de prestadores de serviço e a indução à aquisição de determinados produtos de um único fornecedor. Além disso, prestadores de serviço também indicaram que a cotação de preços não estava sendo feita adequadamente, o que abria a possibilidade de superfaturamento e da aquisição de produtos com valor máximo ou acima da tabela estabelecida pela Diretoria Executiva da fundação.

Omissão
Apesar das denúncias, a Geap determinou que Luís Carlos Neves recebesse apenas uma advertência por escrito. Segundo o Correio apurou, o médico recebeu apoio político para ter a pena abrandada e permanecer no cargo, mesmo com a comprovação das irregularidades praticadas durante a gestão. Após tomar conhecimento do conteúdo do relatório, o Conselho Deliberativo da Geap questionou a Diretoria
Executiva sobre o motivo de punição tão leve.

Por meio de nota, a Geap afirmou: “Não há interesse em manifestar-se sobre o relatório que apontou fraude por parte de prestadores de serviço, uma vez que os prestadores auditados foram penalizados à  2época”. Entretanto, o documento deixa claro que houve problemas na gestão da gerência pernambucana da Geap no período. Procurada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que não se manifestará sobre o assunto.

Problema crônico
Não é a primeira vez que dirigentes da Geap têm o nome envolvido em denúncias de irregularidades. Em 22 de abril de 2013, após o Correio revelar documentos que denunciam um suposto esquema de desvio de recursos na gerência regional do Rio de Janeiro da Fundação de Seguridade Social (Geap), o então chefe da unidade estadual, Sérgio Jaimovick, foi demitido. A Geap se limitou a dizer que o ex-gerente perdeu o posto “por convenções administrativas”. Porém, a reportagem apurou que ele perdeu o apoio político para se manter no cargo. Para o lugar de Jaimovick, foi nomeada Cristiane de Castro Fonseca da Cunha.

Em 12 de agosto de 2012, houve uma nova denúncia de que o então diretor executivo da entidade, Paulo Eduardo de Paiva Gomes da Silva, nomeado em 20 de julho de 2012, havia sido demitido da gerência regional da Paraíba, em 3 de outubro de 2011, por suspeitas de irregularidades. O processo nº 0100434/2011 apresenta uma lista com 110 compras suspeitas feitas de 2010 a 2011.

*Fonte: edição de 26 de outubro de 2013 do jornal Correio Braziliense, que pode ser conferida de forma resumida neste link.

A Geap divulgou nota sobre a matéria do Correio Braziliense. Segue íntegra do texto:
A reportagem, equivocadamente, imputa ao atual Diretor Executivo da GEAP, que há 18 anos dedica-se à Fundação, a responsabilidade por fraude praticada por um prestador em Pernambuco, à época em que o Diretor ocupava o cargo de Gerente Regional naquele estado. O relatório de auditoria utilizado para embasar a reportagem não responsabiliza o gestor por nenhum ato ilícito, e sim aponta que na GERES/PE houve indício e comprovação de fraude por prestadores de serviço, penalizados com o descredenciamento e estorno de valores recebidos indevidamente.

O texto tem clara intenção de, aproveitando a recente eleição do Diretor Executivo, criar um fato que o desabone, ainda que não tenha ocorrido qualquer suspeita na auditoria que o gestor tenha participado do esquema de fraude e se beneficiado de alguma forma.

*Fonte: Assessoria de Comunicação/Geap.

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