Mais um órgão anuncia paralisação em Mossoró. Ontem, pelo menos 70% dos funcionários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) resolveram suspender as atividades por tempo indeterminado em protesto contra a retirada do ganho judicial de 84%, incorporados aos salários, correspondente à inflação dos planos de ajuste econômico da era Collor.
A subtração do valor incorporado reduz, dependendo do caso, em até 50% os salários dos servidores. A decisão da greve partiu do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Norte (SINDPREV/RN). Segundo o presidente do órgão, Márcio Freitas, por enquanto a decisão só atingiu o INSS, mas poderá afetar outros setores do serviço federal. "Estamos tentando sensibilizar os outros setores para que adiram à greve em solidariedade aos prejudicados", disse.
O movimento grevista começou em Natal ainda na sexta-feira, 13, com a adesão de mais de 60% dos servidores. No Estado existem 983 funcionários da previdência.
Márcio acusa o Governo Federal de fazer retaliação contra o Sindicato, que foi o primeiro no Brasil a se desfiliar da Central Única do Trabalhador (CUT). "O Governo está retirando a incorporação dos servidores do INSS, mas ao mesmo tempo negocia os precatórios da Polícia Federal", reclama. Hoje, a partir das 8h30, os trabalhadores estarão reunidos em frente à sede do INSS, explicando à população os motivos da paralisação que, segundo Márcio, irá prejudicar em muito os trabalhos do local. Na quinta-feira, 19, os prejudicados estão preparados para fazer uma manifestação contra a decisão vertical.
Os grevistas anunciam alguns apoios importantes, entre eles a Ordem dos Advogados no Brasil (OAB), servidores da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) e da bancada federal do Rio Grande do Norte.
Medida pode afetar outras instituições
O deputado federal Betinho Rosado (DEM) alerta: os servidores da Ufersa também podem vir a ser prejudicados com a decisão do Governo Federal de retirar o ganho judicial dos 84%, referentes aos planos da era Collor de Melo.
Sensibilizado com a luta dos servidores do INSS, Betinho disse que a remuneração é justa e não pode ser retirada. "Essa é uma questão que veio para a orçada dos tribunais e nós já intercedemos a favor dos funcionários", disse o deputado.
O reitor Josivan Barbosa tranqüiliza. "Hoje essa gratificação incorporada representa uma parcela pequena nos contracheques", adiantou. Segundo ele, ainda em 2006, esteve conversando com o então ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis, sobre o assunto. "Expliquei que em Mossoró as gratificações não são tão exorbitantes e obtive dele a segurança de que não seríamos prejudicados", garante.
Josivan disse ainda está sensibilizado com os trabalhadores do INSS e que continuará lutando a favor do ganho jurídico junto ao TST.
*Com informações do Jornal de Fato / Caderno Mossoró / Jotta Paiva

Greve INSS é destaque no programa “Chame o Barra”
Na quinta-feira (18), a TV Jangadeiro, afiliada do SBT, acompanhou de perto o terceiro dia de greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social