Citando sua experiência como sindicalista, presidente diz que empregados não devem reivindicar reajuste em tempos de crise. Também afirma que é preciso ampliar produção para garantir postos de trabalho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que época de crise não é momento para o trabalhador pedir aumento. Na avaliação dele, quando uma empresa não consegue vender seu produto, há impacto direto na atividade das fábricas. Sem produção, continuou, não há como garantir o emprego. E, citando sua experiência como sindicalista, ele recomendou que os trabalhadores contribuam para que as empresas possam recuperar as vendas, em vez de apresentar uma pauta de reivindicações que inclua aumento salarial.
“Como fui sindicalista, sei que quando há uma crise econômica e a empresa não está vendendo seu produto, não há como a gente brigar para segurar o trabalhador se não há produção. Portanto, nós, hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicações pedindo mais aumento, temos que contribuir para que a empresa venda mais, porque quanto mais ela vender, mais vai contratar trabalhadores e mais a gente vai poder reivindicar aumento”, afirmou, em discurso durante a 17ª Feira Internacional da Indústria da Construção, que acontece em São Paulo. “Não existe possibilidade, na história do mundo, de os empregados se beneficiarem em épocas de crise. Não existe. Época de crise é época em que todos perdem”, reiterou.
Esqueletos
O presidente voltou a dizer que não lançará pacote econômico para evitar a criação de “esqueletos” para serem pagos nos anos seguintes. Nesse sentido, ele afirmou que o programa habitacional Minha casa minha vida é importante para reativar a economia e minimizar os problemas da falta de moradiras no país. Lula disse ter ficado frustrado quando os empresários consultados pelo governo disseram ter condições de construir 200 mil casas populares. “É muito pouco. Isso, a Caixa já está fazendo”, disse.
Ao elevar a meta do programa para 1 milhão de casas, o presidente disse que houve gente que “tremeu” em razão de se tratar de um desafio muito grande. “Agora temos que trabalhar muito porque, a partir de 13 de abril, a Caixa (Econômica Federal) tem que estar totalmente preparada, armada até os dentes, para quando o empresário chegar com um projeto não levar oito meses para obter uma resposta”, acrescentou. “Queremos mudar o paradigma da habitação.”
*Com informações do clipping da FENASPS

Greve INSS é destaque no programa “Chame o Barra”
Na quinta-feira (18), a TV Jangadeiro, afiliada do SBT, acompanhou de perto o terceiro dia de greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social