O quarto ônibus cheio de manifestantes vestidos com camisas verdes com os dizeres "Lula – inimigo número um do servidor público" chega a um ponto de apoio montado pelo cerimonial da Presidência da República. Policiais barram a passagem que dá acesso à entrada da usina. São cerca de 180 filiados ao Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social (Sinprece), que queriam entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma pauta de reivindicações.
Os outros ônibus dos manifestantes foram barrados em postos ainda anteriores. "A gente quer um salário justo", reclamava Carmem Lúcia Marques, uma das diretoras do sindicato. Ela explicou que um servidor de nível médio estará com um salário maior em 2011 do que um médico da seguridade social. Por conta disso, os servidores querem mudanças na tabela da seguridade social. Querem ainda a implantação de um plano de cargos e salários.
Vera Level também é do Sinprece, mas estava vestida com uma blusa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é alinhada ao Governo Federal. Ela também queria entregar a pauta de reivindicações, mas de uma forma mais discreta. "A tentativa é furar o cerco", contou ela, que também é da direção da CUT, já em frente à usina. No entanto, Vera, por ser de uma ala mais moderada do sindicato, queria evitar o conflito com o presidente da República durante a visita dele ao Ceará.
O Sinprece hoje é dividido em três: uma ala é comandada pelo PT, outra pelo PCdoB e a terceira por PSTU, Crítica Radical, PSol e outros grupos considerados mais radicais. "Esse negócio de divisão é o que está matando", reclamou Valcieda Pinheiro, sobre a falta de organização do movimento. Ela contou que seus companheiros de sindicato foram barrados no ponto de apoio, antes de chegar à usina. "O importante é entregar o documento e pronto. Não tem que brigar por partido político, tem que brigar pela categoria", afirmou.
Alguns membros do Sinprece até assistiram à solenidade com a presença do presidente, da primeira fila. Mas, segundo a diretora de comunicação do sindicato, Nair Fernandes, a pauta de reivindicações acabou não sendo entregue. (DS)
*Com informações do Jornal O POVO / Editoria Negócios
*Foto de Francisco Fontenele / Jornal O POVO

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